
Trecho da Lei Áurea, transcrita pelo jornal em 30 de maio de 1888
Foto: Reprodução
Entre os fatos mais importantes registrados nas páginas seculares de “O Taquaryense”, está a abolição da escravatura no Brasil, ocorrida em 13 de maio de 1888, há 133 anos.
Na edição do dia 15 daquele mês, o jornal publicou na primeira página texto intitulado “O projeto”, transmitindo a seus leitores a seguinte notícia: “Por entre aclamações de alegria do povo brasileiro, passou em terceira discussão na Câmara dos Deputados o áureo projeto que, extinguindo a escravidão, lavou a aviltante mancha que existia na civilização do Império brasileiro!”. E conclamou: “Entoemos desde já o hino da vitória, sem temer que o Senado derribe o grande edifício levantado pelo pensamento nacional!”.
Também na primeira página, em edição saída do prelo 15 dias depois, “O Taquaryense” trouxe a transcrição da Lei Áurea, sancionada pela princesa Isabel, então regente do Império, declarando extinta a escravidão. Na segunda página, em nota intitulada “Pela liberdade”, celebrou: “O Brasil exulta jubiloso por ter apagado de sua bandeira essa nódoa infamante da escravidão!”. E assinalou: “O trabalho livre e a inteligência despreocupada do látego do feitor darão os sazonados frutos de grandeza e prosperidade à lavoura e a todas as indústrias do país”.
Conforme o historiador e escritor João Paulo da Fontoura, autor da monografia do município lançada há dois anos, Taquari se antecipou em quatro meses à Lei Áurea. Em “São José de Tebiquary”, ele conta que, em 1º de janeiro daquele ano, as autoridades declararam que não havia mais escravos em solo taquariense.