
André Brito fez história em 2020 assim como Namir Jantsch fez em 1982
Foto: Pedro Harry
“Uma incontestável e portentosa vitória” foi a definição dada nas páginas de “O Taquaryense” à eleição do prefeito Namir Jantsch em 15 de novembro de 1982. Sozinho, o candidato do MDB conseguiu superar a votação dos três postulantes da sublegenda do PDS – Alfredo Castro, José Valmir Martins e Júlio Redecker, que juntos fizeram 6.140 votos –, dispensando a ajuda de seus companheiros emedebistas – João Vilmar Martins e Orlando Rodrigues da Silva, que somaram 1.089 votos. No pleito daquele ano, 6.643 eleitores escolheram Namir, enquanto 2.454 preferiram Redecker, o segundo colocado – uma expressiva diferença de 4.189 votos.
Os adjetivos utilizados naquela ocasião para classificar a vitória de Namir servem também agora para definir, 38 anos depois, a eleição de André Brito. No último dia 15, o candidato do PDT obteve o maior número de votos que um postulante à Prefeitura de Taquari já recebeu: 9.903 – 5.600 a mais do que João Batista, que concorreu pelo PSDB.
A história de André na política tem ligação com a de Namir. A dupla detentora das mais largas vitórias já registradas na briga pelo Poder Executivo esteve do mesmo lado em 1992, quando Namir concorreu à prefeitura tendo como vice Gênis Muxfeldt, do PDT. “Perdemos para o Renato (Batista) por uma pequena diferença (509 votos)”, lembra Namir. Na eleição seguinte, repetiu-se a dobradinha Namir-Gênis, e André, aos 29 anos, foi o coordenador da campanha que reconduziu o candidato emedebista ao Paço Municipal. “Eu disse que ele seria o meu substituto. Sempre disponível, pronto para tudo, extremamente envolvido com a comunidade”, elogia Namir.
André Brito começou a participar efetivamente das disputas eleitorais em 1986, quando apoiou a candidatura de Aldo Pinto ao governo do estado. Em 1988, atuou na campanha do candidato a prefeito Joaquim Cardoso. Sempre fiel ao PDT, partido fundado pelo maior ídolo, Leonel Brizola. Porém, foi na eleição de 1996 que ele se envolveu mais amplamente, coordenando a campanha que resultou na segunda administração Namir Jantsch. “O Namir tem um enorme coração, mas, mais do que isso, deixou no seu último mandato um importante legado, um grande incremento na receita municipal para o seu sucessor”, destaca André.
Afastado da política desde 2012, quando concorreu a vereador, Namir diz já ter cumprido seu papel. “Quando se vai para o Executivo, não se tem horário. Na minha época, as condições eram bem diferentes. Às vezes eu chegava em casa e já tinha que voltar para arrumar um patroleiro que tirasse um caminhão da estrada, por exemplo. Era tudo chão batido”, recorda Namir aos 70 anos, dos quais 40 dedicados à vida pública.
Aos 53, André prepara-se para assumir o comando do município depois da experiência como vice-prefeito por dois mandatos. “A expectativa é seguir avançando e trabalhando arduamente na conquista e na construção de cada objetivo traçado no plano de governo”, conclui o prefeito eleito.