Artigo

O Dia de Finados não deve ser só de tristeza, mas de muita esperança

Frei Gastão Carlos Zart escreve artigo alusivo ao dia 2 de novembro

FR. GASTÃO CARLOS ZART*

Desde os primórdios da humanidade, o grande questionamento sempre foi a finitude, a morte. Por que a pessoa humana precisa morrer? Nas civilizações antigas, como a egípcia, desenvolveu-se a ciência da mumificação e dos sarcófagos. Construíam-se grandes pirâmides para os reis falecidos.

O ser humano sempre teve sede de imortalidade. No Antigo Testamento, lemos no Livro dos Macabeus: “É um pensamento santo e salutar orar pelos mortos para que sejam livres dos seus pecados” (2 Mc 12,45).

Temos registros de preces na intenção dos falecidos desde as catacumbas romanas. Essa solidariedade espiritual existe pela nossa inserção no Corpo Místico de Cristo. Antigamente, classificavam-se os finados em três classes de Igreja: Igreja Triunfante, Militante e Padecente. A Igreja Militante, que somos nós, tinha a tarefa de pedir a intercessão da Igreja Triunfante em favor da Igreja Padecente.

O dia especial de finados se consolidou através dos monges beneditinos em torno do ano 1000. Essa relação com as pessoas que já partiram é muito salutar. É um reencontro profundo e espiritual com a pessoa que já partiu. Não deve ser só um dia de tristeza, mas de muita esperança. Nesse dia, a finitude humana toca na eternidade.

Somos eternos. Não fomos criados para ter como destino uma sepultura, mas para a vida em Deus na sua plenitude. Jesus nos promete a ressurreição. Quem n’Ele crer terá a vida eterna. Pelos nossos critérios humanos é impossível pensar algo fora da categoria temporal. O tempo é limitado. Sempre tem o antes e o depois. Nesse sentido, é impossível para o ser humano pensar o eterno. Seria tudo muito monótono.

No mundo de hoje, queremos sempre muita novidade. Jesus é a maior novidade e a melhor notícia. Ele nos garante: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá” (Jo 11,25). As flores que as pessoas levam aos cemitérios expressam esse amor e carinho com aqueles que estão na outra dimensão.

Que todos nós possamos reafirmar a nossa fé na ressurreição dos mortos e na vida eterna! Paz e bem!

*Pároco de Taquari

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