
LÍVIA PACHECO DA CRUZ*
Não sou apegada a datas comemorativas, mas acredito que elas têm uma função. A função de nos fazer parar para refletir.
Hoje comemoramos o Dia dos Professores, estes que desde março enfrentam um grande desafio. Da noite para o dia a educação à distância deixou de ser sinônimo de precarização do ensino e passou a representar um meio de aproximar distâncias.
Tivemos que trocar o quadro pela tela do computador. O giz pelas novas tecnologias. Deixar a vergonha de lado e enfrentar as câmeras. Criar roteiros. Gravar vídeos. Nos reinventar.
Ninguém estava preparado, mas ninguém sabe se reinventar mais do que um professor. A luta é diária. Enfrentar a sala de aula exige muita criatividade e reinvenção.
Os ataques sofridos pela educação não são de hoje. A educação não é feita só por professores. É preciso estrutura, apoio técnico, administrativo, merenda, transporte, capacitação, reconhecimento e respeito.
A precarização do trabalho docente existe desde bem antes da pandemia. Darci Ribeiro já dizia: “A crise na educação no Brasil não é uma crise; é um projeto”.
Mesmo diante de tantos ataques, claro que existem exceções de admiráveis projetos educacionais. Seguimos firmes, mas sem nenhum romantismo, pelo simples fato de que acreditamos que a educação é o único caminho.
Somos agentes de transformação social, pois a “educação não transforma o mundo; educação muda as pessoas; pessoas transformam o mundo” (Paulo Freire).
*Mestra em direitos sociais e políticas públicas, Lívia é professora e advogada