
CLÁUDIO BRITO
Jornalista

A Armênia e os seus frequentadores aquáticos
Foto: Vinícius Brito
Honrado, feliz e comovido, foi assim que recebi o convite que o editor Pedro Harry enviou, para que eu alinhasse algumas palavras em artigo para esta edição histórica, a dos 133 anos d’O Taquaryense. Na verdade, são históricas todas as edições deste nosso jornal, o segundo mais antigo da imprensa gaúcha em atividade ininterrupta, registrando, contando, eternizando os fatos que fazem a jornada de tantos anos da cidade e de sua gente.
Missão dada, como cumpri-la adequadamente? Pensei em abrir o coração. É o que faço. Sou encantado por tudo que Taquari proporciona, mas nenhum lugar mexe mais com meu entusiasmo que a lagoa Armênia.
Não bastasse o que seu recorte paisagístico oferece e inspira, de uns tempos para cá passei a dar mais atenção aos pássaros migratórios que voejam de margem a margem, muitas vezes beirando a água e até mergulhando. Como assim? Mergulhões? Há quem os chame assim, mas fui à luta e busquei me informar.
Descobri que são biguás, aves aquáticas, que mergulham em busca de peixes e conseguem permanecer bom tempo debaixo d’água, outras vezes deixam apenas o pescoço para fora, mas, seja como for, sempre dão um espetáculo natural muito bonito. Já descobri seus hábitos e percebo que são obedientes a um líder.
Quando a tarde cai, vem do líder a “ordem de partida”, que, em voo rasante e circular, percorre toda a extensão da lagoa, sendo seguido pelos demais do bando, um a um. Desaparecem para voltar no dia seguinte. E são sazonais, não é sempre que nos brindam com a beleza de suas figuras, a elegância do porte e o espetáculo dos voos e mergulhos.
Sei que são, para mim, dignos de um registro que tento fazer, valendo-me desta ocasião que o jornal proporcionou. Sei que me faz bem apreciar os biguás da Armênia, que, para mim, já tem o apelido de Lagoa dos Biguás.