Remexendo o Passado

O taquariense que se tornou amigo de um ex-presidente dos Estados Unidos

Eles se conheceram no início do século 20

JOÃO PAULO DA FONTOURA*

Antônio Porfírio da Costa e Alzira Serzedelo da Rocha Mesquita (que depois reduziu seu nome para Alzira Mesquita da Costa), casados em 1877, tiveram um total de nove filhos. Eu sempre cito que, dos nove, dois adquiriram projeção regional e nacional: a d. Almerinda Mesquita da Costa, por ser a mãe do ex-presidente Costa e Silva e do historiador Riograndino da Costa e Silva, e o jurista e multipolítico dr. Adroaldo Mesquita da Costa.

Mas há um terceiro, Marino Mesquita da Costa, nascido aqui mesmo em Taquari, a 8 de maio de 1883, militar por profissão, que não teve tempo de obter projeção nacional; morreu jovem. Foi ele amigo do ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt (1858-1919), que o mencionou (olhem a honra!) em livro biográfico.

Sobre esse jovem taquariense escrevi em “São José de Tebiquary” algumas palavras. Ei-las:

Cuidem, caros leitores, o título de uma pequena matéria do “Jornal da Noite”, do Rio de Janeiro, de 28 de março de 1955: “Morreu como um bravo nos ínvios sertões de Mato Grosso”. E a matéria seguia: “Expressiva e tocante homenagem póstuma foi prestada, em Taquari, RS, à memória do bravo tenente Marino Mesquita da Costa, morto em seu posto avançado, nos ínvios sertões de Mato Grosso, membro que era da missão Rondon. O saudoso tenente, certa feita, foi acometido de estranha e grave enfermidade, cujo tratamento somente poderia ser feito numa capital, com todos os recursos da medicina. Todavia, sua presença na mata era necessária, e, por isso, o expedicionário se recusou a abandonar o posto, vindo a falecer”.

O tenente Marino era o irmão mais velho do dr. Adroaldo Mesquita da Costa, tendo falecido, em Mato Grosso, a 14 de julho de 1914. Interessante destacar que, quando da aventura pelos sertões brasileiros de Theodore Roosevelt, isso bem no início do século 20, ambos, o tenente taquariense e o eminente político norte-americano, encontraram-se e travaram amizade. Há, inclusive, no livro em que o sr. Roosevelt registra a epopeia nos sertões brasileiros, uma passagem na qual descreve nosso conterrâneo como um “homem louro que parecia um inglês, bom companheiro e oficial resoluto, como precisavam ser todos os que serviam naqueles ermos”.

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