EMILIANO OTELO DE SOUSA
Aluno notável nas escolas militares pelas quais passou, Costa e Silva era o típico papirador, alguém que se devotava aos estudos para tirar boas notas em exames e provas. Reza a lenda, porém, que nunca teve grande apreço pelos livros.
Certa vez, na sua residência em Teresópolis, Ernesto Geisel contou a Jô Soares, depois de registrar a excelência acadêmica do filho de Taquari nas escolas militares, uma história engraçada relacionada ao presidente que editou o AI-5.
Era aniversário de Costa e Silva, e um dos amigos sugeriu dar-lhe um livro de presente, ao que outro amigo rebateu:
— Um livro não pode.
— Mas por quê?
— Porque ele já tem um livro.
Presidentes pouco afeitos à leitura, infelizmente, não constituem raridade na história da República. Lula, durante o período de cárcere, teria percorrido as páginas de 40 volumes. Ora, é certo que ao longo de seus mais de 70 anos o petista não tenha chegado à metade disso. E o que dizer do atual mandatário, cujo livro de cabeceira é da lavra de um torturador? Mas, diga-se, há também os lidos, dados a ênclises e mesóclises, cujo legado…
Para finalizar, mais uma historinha sobre Costa e Silva. Viajando de avião para a Europa, o presidente perguntou ao piloto onde estavam naquele momento. O condutor da aeronave respondeu que, três horas após a decolagem, sobrevoavam o Ceará a 10 mil pés de altura. Costa e Silva, admirado, confessou:
— Eu sabia que o Brasil era grande, mas não sabia que era tão alto!