
PEDRO HARRY
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Recomenda-se, pede-se, suplica-se à população que permaneça em casa. E, no entanto, as ruas estão cada vez mais cheias de pessoas indiferentes à pandemia que se abate sobre o mundo.
Os comerciantes que se veem impedidos de abrir seus estabelecimentos reclamam a retomada das atividades. As ruas não deixam de lhes dar razão. Ao fechá-los, o governo objetivava o quê? Reduzir a circulação e a aglomeração de pessoas. No começo, até deu resultado. Porém, passado o susto inicial…
Ora, se o que se verifica na realidade é um movimento cada vez maior e nada é feito no sentido de coibi-lo, não me parece justo recriminar os empresários — sobretudo os pequenos — que pedem o funcionamento dos estabelecimentos dos quais não só eles dependem, mas também funcionários já assustados pelo fantasma das demissões.
A menos que tais estabelecimentos não cumpram as mesmas exigências sanitárias impostas àqueles enquadrados nos chamados serviços essenciais, não vejo sentido em mantê-los com as portas fechadas diante desse cenário.
Sei que já deve haver por aí gente a querer-me crucificado neste Sábado de Aleluia porque, de acordo com sua precária interpretação, sou mais um irresponsável a defender o afrouxamento de medidas restritivas, mais um desalmado para quem a vida é menos importante do que a economia, mais um jornalista comprado.
Paciência. Limito-me a escrever. Ensinar a ler já não me cabe.