
JOÃO PAULO DA FONTOURA*
O título acima propõe uma falsa dicotomia, uma volta ao arianismo do início do cristianismo, do Cristo é divino, ou Cristo não é divino. Coronavírus, salvar vidas e destruir a economia, ou salvar a economia e deixar a nossa população à deriva, morrer à Itália.
Pessoal, a decisão não pode e não é binária, tipo: ou um, ou outro. Necessariamente tem que haver espaço para caber (com inteligência) as duas propostas em caminhos paralelos, certamente com um olhar mais focado na questão humana.
Se prevalecer a decisão de só se salvarem vidas, só se olhar para um caminho (que, concordamos todos, tem um apego emocional muito forte e é o caminho mais “fácil” e perigoso, pois tem forte poder em promover “profetas do apocalipse”, “demagogos”), a economia recessiva que virá – é certo! – vai cobrar pesadamente em vidas humanas sem a menor dúvida.
Segundo a revista “Crusoé”, com dados colhidos da FGV (Fiocruz), o tranco na economia entre 2012 e 2017 provocado pelos (des)governos Lula/Dilma, só pelo efeito desemprego, ceifou a vida de 31 mil pessoas, cinco mil por ano. Mas as perspectivas, agora, são de uma recessão muito maior, ergo, preparemo-nos para a tragédia que virá.
Informações vindas de economistas de nomeada, gente do FMI e outros, não há no mundo economia que resista a dois meses de um “paro general” sem profundo estrago, nem Estados Unidos, nem Suíça, nem Dinamarca, nem ninguém!
Com isso quero dizer que é injusto o pesado opróbrio que políticos e críticos apontam na direção do presidente Bolsonaro, que está, sim, extremamente preocupado com as consequências da quarentena radical e fala, talvez demais, e provoca, talvez demais, e instiga, talvez demais, sobre o tema.
Acho que um governo pode errar por comissão, jamais por omissão. Apesar dos alertas, das falas do presidente, o governo Bolsonaro — seus ministros, seus assessores, principalmente o Mandetta — está fazendo um trabalho muito bom no combate à doença, digno de reconhecimento de todos nós brasileiros. O mundo já reconhece!
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