Certa feita, atropelamos e matamos um gato preto; meia hora depois, quase aconteceu uma tragédia

LENIO CARDOSO FREGAPANI
leniogaucho@hotmail.com
Confesso que ainda não tive o prazer de conhecer alguém que não possua a sua superstiçãozinha. Há quem não ande sob uma escada; não passe pela frente de uma igreja sem se benzer; não troque as cuecas durante um campeonato inteiro; goste de um determinado número, como Zagallo, que adora o 13; só coma carne de porco ou lentilha na virada do ano; só coloque calcinha amarela no Réveillon; nunca presenteie alguém com faca, pois brigas surgirão brevemente. Enfim, são mil e uma crendices.
Assim fui criado
Com muitas superstições. Por exemplo: não deixar o pão de costas (virado) na mesa, porque poderá faltar mais tarde; não dormir com os pés destapados, já que alguma alma sacana poderá fazer cosquinhas na sola do pé (posso estar morrendo de calor, mas sempre com os pés cobertos).
Gato preto
É outra coisa de que tenho temor. Inverno de 1971, Candiota. Rumávamos, num fusquinha, para Hulha Negra (Bagé) e, na saída da usina daquele município, atropelamos e matamos um gato preto. Resultado: meia hora depois, capotamos o carro!
Nunca confundir
Outra coisa que jamais faço é alcançar uma faca com a ponta direcionada para quem a solicitou. Aliás, isso não é problema de superstição, mas de educação.