Um dos alvos era o diretor de “O Taquaryense”, Albertino Saraiva

PEDRO HARRY
pedroharry.rs@gmail.com
O amigo historiador João Paulo da Fontoura brindou o leitor de “O Taquaryense”, na edição do último sábado, com um belo artigo sobre a Revolução de 1923. Aquele 14 de dezembro assinalava os 96 anos do Pacto de Pedras Altas.
Seu texto me levou a escrever algumas linhas acerca de um episódio pouco conhecido daquele período, durante o qual predominou a violência aberta e sistemática contra a imprensa. Diversas folhas governistas se viram obrigadas a fechar devido à ação dos revoltosos, que em alguns casos chegaram a espancar redatores e empastelar tipografias.
“O Taquaryense” acompanhou o conflito entre os partidários de Borges de Medeiros e os aliados de Joaquim Francisco de Assis Brasil, repudiando em suas páginas o que chamava de “farsa revolucionária”. À falta de sirene, queimava foguetes a cada vitória republicana.
O que poucos sabem é que seu diretor, o borgista Albertino Saraiva, só não foi morto à época porque salvo por um… assisista! Sucede que Albertino era um dos alvos do coronel Manuel Higino Pereira e sua tropa, que invadiram Taquari em 30 de junho de 1923. Um dia antes, o amigo maragato Theobaldo Kern lhe dera a letra: “Some! Querem te matar!”. Reza a lenda que o jornalista se escondeu com a família no sótão da casa de Antônio Porfírio da Costa, prédio no qual hoje está instalado “O Fato”.
No sábado em que “O Taquaryense” publicaria seu 1.859º número, os revoltosos encontraram a porta do periódico cerrada e tentaram pô-la abaixo à bala. Que a tipografia tenha sido empastelada não há registro. O jornal, porém, levou mais de um mês para voltar a circular, o que, segundo nota publicada na edição de 4 de agosto, foi motivado por um problema no motor da impressora Marinoni Universelle, resolvido nas oficinas da Companhia Arnt apenas em 28 de julho.
Artigo maravilhoso!!Parabens!
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Show! Parabéns por resgatar capítulo tão importante da história de Taquari!
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