João Paulo da Fontoura*
Em 3 de maio de 1840, houve, em passo fronteiriço à cidade – num local à margem esquerda do rio Taquari denominado Caramujo (onde, inclusive, na gestão do prefeito Celso Martins, foi colocado um marco comemorativo ao feito) –, o épico combate entre forças republicanas e imperiais.
Esse embate foi tão importante na simbologia dos valores republicanos que os jovens taquarienses, prosélitos desse ideal, usaram a data – 3 de maio – como nome do clube republicano fundado alguns poucos anos antes da proclamação da República, o qual tanta importância teve na divulgação e na propaganda desse modelo democrático de governo.
As lanças farroupilhas, lideradas pelo seu maior soldado, o general Bento Gonçalves, e as forças legalistas, lideradas pelo tenente-general Manuel Jorge Rodrigues (futuro barão do Taquari), depois de tempo e contratempo em preparações e ameaças de ambos os lados, acabaram por confrontar-se em algo que, segundo a maioria dos historiadores desse importante evento, definiria os destinos da cruenta guerra intestina.
Mas não foi o que houve. O que realmente houve, plagiando o bardo William Shakespeare, foi “muito barulho por nada”: a maior parte do exército imperial conseguiu, à noite, varar o rio, com auxílio de navios, e os poucos que sobraram lutaram contra os republicanos, havendo relativamente poucos corpos a serem queimados, de ambas as partes, e um eterno tocar de sinos e bumbos por vitória de cada lado.