Coluna do Milor

Recordando…

Ex-colegas de tipografia se reencontram após 50 anos

João de Souza Rolim*

Da esquerda para a direita, Rolim, Rui do Marcelino, Bileco e Bebeto, ex-tipógrafos de “O Taquaryense”, junto à rotativa Marinoni | Foto: Pedro Harry Dias Flores

Desejo, antes de mais nada, parabenizar a iniciativa da equipe mantenedora de “O Taquaryense” por lançar este novo e moderno jornal, que com certeza é bem-vindo em nossa comunidade. Em especial, agradeço ao Pedro Harry pela oportunidade de escrever a “Coluna do Milor”, que nada mais é do que “Rolim” ao contrário.

Muitas recordações me vêm à mente neste momento. No tempo de garoto, com meus 12 anos, trabalhava descascando acácia. Em volta das terras da Granja Sônia, onde se cultivava tunge (juntar essa fruta era um trabalho que existia na época), moravam vários descendentes de meus bisavós. A localidade, entre a atual Duratex, a antiga Chácara dos Padres e o Rio Taquari, era conhecida como “Quilombo”.

Vindo morar com minha mãe, meu padastro e minha irmã na Rua Júlio de Castilhos, trabalhei nos cortes de mato, com o tio Perci, o tio Eloi, o João Bagunça, o Osmar (irmão do João Bagunça) e o Lalaio, e nos tunges, com minha mãe, que separava os carreiros das árvores que produziam os frutos.

Havia naquele tempo os chamados “mandaletes”, que em geral eram guris a quem cabiam afazeres simples: cortar grama, ir à farmácia, ao armazém, cuidar da criação, etc. Assim trabalhei para o sr. Mário Bastos, o dr. Euclides Teixeira, o sr. Gontran Saraiva e o sr. Leo Wienandts. Sempre durante o dia. À noite, entregava as roupas lavadas pela d. Perinha, esposa do sr. Miguel Nunes.

Numa dessas entregas, na casa do sr. Plínio Saraiva, perguntei: “Seu Plínio, por acaso tem um servicinho em ‘O Taquaryense’?”. Ele respondeu: “Queres limpar as dependências e as máquinas do jornal? Aí tenho”. Meus amigos, que alegria! Logo estava trabalhando na tipografia. Me dediquei e aprendi rápido com grandes colegas, entre os quais o Bebeto, a quem devo ter estudado um pouco mais, pelo incentivo e pelo apoio. Ele era o chefe das oficinas do jornal. Depois, foi o Beno Vargas. E, mais tarde, eu.

Eraci Rocha, Rui do Marcelino e José Antônio (Bileco) também foram meus colegas naquele período, quando, além do serviço em “O Taquaryense”, tinha o trabalho na bilheteria do Cine Theatro São João, no período da noite, com carteira assinada pelo pr. dr. Pinto Rego Jr. Assim se passaram oito anos.

Fiz muitos amigos no jornal. A todos, um forte abraço, com o desejo de que Deus os abençoe, onde estiverem! Cito alguns deles: Eli Almeida, Hidelbrano Labres, Ariovaldo Borba, João Noé, Adão José, Amarinho, Cardoso, José Glênio, Antônio Carlos, Edson, Marzinho, José Geraldo. Parte dessa turma está comigo na foto que ilustra a coluna.

Após os oito anos de jornal, fui para a Gráfica Santo Antônio, do sr. Odilon Junqueira. Quando esta acabou sendo vendida para a família Bender, passei a trabalhar com o colega Pedro Junqueira, até criar, com a ajuda de amigos (menciono o dr. Dilli, o dr. Régis Born e meu cunhado Jaime Fagundes), a Gráfica Rolim. Foram e são muitos impressos de festas, documentos, convites, casamentos, entre outros.

Seu Plínio, responsável por me ensinar a profissão de tipógrafo, assinou minha primeira carteira de trabalho (carteira verde de menor), em 1968. À memória desse grande mestre quero prestar minha sincera homenagem. Muito obrigado por tudo, sr. Plínio Saraiva! Que Deus o tenha em seus braços!

*Gráfico e colunista de “O Taquaryense”

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